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           No Brasil, o agronegócio triplicou em produtividade nas últimas três décadas e, embora as áreas de cultivo não tenham crescido na mesma proporção, cerca de 25% no mesmo período, houve alterações importantes na distribuição das culturas em todo o território. Destacam-se, a migração, de grãos e oleaginosas para o Centro-Norte do país; a expansão do setor sucroenergético para o Centro-Oeste, sobre áreas antes ocupadas por pastagens; e, o deslocamento da produção de citros, da região central para as regiões norte e sul do estado de São Paulo, além do aumento das áreas produtivas nas regiões Nordeste e Norte do Brasil. Plantações de olerícolas também deixaram de ocupar prioritariamente o cinturão verde de grandes cidades, passando para outras áreas do interior de diversos estados brasileiros, resultando na ampliação do tamanho das propriedades nessas localidades.

          Estas modificações naturalmente transformaram realidades tanto do ponto de vista econômico das regiões onde se procederam, quanto dos sistemas biológicos locais. Em muitos casos a migração foi vantajosa pela ausência endêmica de diversos organismos considerados pragas. Mas em outros, por conta do transporte de plantas ou propágulos contaminados, ou mesmo do próprio fluxo migratório dos organismos, acabou havendo a multiplicação e surgimento de pragas antes não relatadas em diversas regiões.

           Diante do desafio de produzir alimentos para uma população mundial crescente, e fornecer bens de consumo, como energia, madeira, fibras, couro e outros, de forma sustentável, a ciência, a técnica e a extensão devem caminhar juntas, no sentido de devolver e de ampliar a produção sem prejudicar a longevidade e estabilidade dos agroecossistemas. Neste contexto, os tratamentos fitossanitários no país requerem o fortalecimento das premissas do Manejo Integrado, respeitando diferenças regionais, geográficas, climáticas e de técnicas de cultivo.

          Motivada por este tema, a Comissão Organizadora idealizou o IV Conbraf, que pretende apresentar contribuições ao desenvolvimento necessário e continuado do Agronegócio Brasileiro, com a participação de palestrantes de renome e expoentes em cada uma das áreas.

          A programação científica é multidisciplinar e holística, com abordagem desde os aspectos da regulamentação e das estratégias governamentais para Fitossanidade, até os principais e mais recentes desenvolvimentos relativos ao tema, que vão da genérica ao uso do sensoriamento remoto. Temas recorrentes e não menos importantes como o Manejo Integrado, considerando as técnicas disponíveis e já consagradas como o monitoramento para a tomada de decisão e as necessidades de controle diverso (cultural, biológico, químico) também serão tratadas em sessões específicas por especialistas dos mais representativos para cada tema.

Como anfitriã do Congresso e de seus participantes, a região de Uberaba, que engloba o Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, encontra identidade com o tema do evento, por sua vocação e tradição agropecuária. A cidade faz parte de um dos maiores polos produtivos do estado de Minas Gerais e, consequentemente, do Brasil. Atualmente, o município posiciona-se no cenário agrícola mineiro em 1º lugar nas produções de milho e de cana-de-açúcar e é o 4º maior produtor de soja, além de contribuir na produção de vários outros produtos da agropecuária. É sede de importantes empresas do setor agropecuário, tanto da pesquisa pública e privada com foco na genética, quanto para importantes indústrias do setor, de origem nacional e internacional. Como tantas outras áreas do Brasil, Uberaba é cercada por cultivos tão diversos quanto café e cana-de-açúcar, olerícolas e reflorestamentos.

        O polo tecnológico e industrial evidente na região, dispõe de institutos de pesquisa, universidades, empresas de desenvolvimento e transmissão de tecnologia, qualificando Uberaba como um polo de produção e difusão de conhecimento.

A cidade possui ainda um importante papel na história brasileira e aqui os participantes do IV Conbraf encontrarão grande riqueza cultural e natural, podendo desfrutar do Museu do Zebu; Museu de Arte Sacra, Museu de Arte Decorativa e o famoso Museu dos Dinossauros (sítio arqueológico), que abriga um importante acervo de fósseis de dinossauros e de mamíferos que habitaram a região há milhões de anos. Não se pode esquecer ainda, das delícias de Minas, atrações imperdíveis do mercado municipal (Doces, compotas, queijos, embutidos, a tradicional cachaça mineira, os cafés, entre outros).

       A Comissão Organizadora é composta por membros do Campus de Jaboticabal da UNESP, berço do Conbraf, juntamente com colegas do proeminente, belo e engajado Instituto Federal do Triângulo Mineiro – IFTM, Uberaba.

       Assim estamos nos preparando para receber aos igualmente resignados, estudiosos, formadores de opinião, líderes em suas áreas, buscadores do conhecimento e valorosos participantes do IV Conbraf.

       A sua participação e contribuição ficará inscrita na construção desta história de engrandecimento da ciência e das soluções para os desafios para a fitossanidade, que as novas paisagens agrícolas têm nos proporcionado.

 

       Somar e multiplicar com equilíbrio. Esta é a nossa intenção. Que assim seja!

 

Prof. Dr. Marcelo da Costa Ferreira - Presidente

Prof. Dr. Robson Thomaz Thuler - Vice-Presidente

IV Congresso Brasileiro de Fitossanidade

Uberaba-MG, 9 a 11 de agosto de 2017

IV CONGRESSO BRASILEIRO DE FITOSSANIDADE

A fitossanidade e as novas paisagens agrícolas brasileiras

Uberaba/MG, de 09 a 11 de agosto de 2017
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